barco açoitado no cimo da vaga
ali se ergue a desfraldada lua cheia
alma coroada num vendaval se apaga
fantasmas de nuvens em alucinação
nas árvores tremem a ave e a candeia
corre do abraço de afogado para o coração
do olho da tempestade foge um avião
na planície o homem e o hangar iluminado
apreensivos no cais para que se salve a ilusão
adivinham-se animais em redor no largo círculo
em sacrifício e nos caminhos do imolado
silêncio subleva-se a liberdade e o crepúsculo
Lisboa, 22 de Dezembro de 2012