domingo, 3 de abril de 2016

A vida medicamente assistida de poesia


As gotas
de soro
desciam
pela pequena
mangueira
transparente
e entravam-lhe
pela agulha
no antebraço
ele teve
um sorriso raro
e de seguida
um esgar de dor
no rosto esquálido
e implorou
à suave enfermeira:
" - Se não se importa
misture-lhe a poesia
da eternidade,
preciso apenas
de um pouco de descanso!"
Lisboa, 3 de Abril de 2016
Carlos Vieira

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