oiço um motor de rega
monótono
uma libelinha atravessa o rio
em voo rasante
um cachorro truculento
embrenha-se no canavial
o meu pai
encaminha a água
e perseguindo as toupeiras
pragueja
eu obrigo
o grilo a sair da toca
com as cócegas
de um feno
no próximo Verão
terei de pé
um novo mundo
Lisboa, 27 de Julho de 2015
Carlos Vieira
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