domingo, 26 de julho de 2015

Escrita à flor da pele


Sabe do vagar
dos teus lábios
esquece o vento 
a sibilar
na penumbra
da sua pele
esse instrumento
de navegar o desejo
em esplendor
sabe da devassa
do relento
no súbito arrepio
interior
que a percorre
interprete equidistante
do mais subtil frémito
no amplexo da sua entrega
na cicatriz da dor
à superfície
quase morre
permanece
incólume
nesse momento
nada transpira
e tudo se cala
tacteando-a
sabe-a de cor
Lisboa, 26 de julho de 2015
Carlos Vieira


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