domingo, 26 de fevereiro de 2012

Baco e Ariadne


Baco e Ariadne



sigo ainda sóbrio

o reflexo do eterno e leve

esplendor das uvas

o exasperar das parras

nuvens de ouro breve

depois das chuvas

harpas suspensas

pueris jogos de criança

reconheço o teu cheiro

o vinho novo a fermentar

deito à terra macia

o sonho de vindima

do teu corpo esguio

um coração esmagado

a ancestral dança do lagar

à volta da prensa

de ti e dos céus

fiquei aturdido

ou fiquei ébrio

daquilo que não bebi





Lisboa, 26 de Fevereiro de 2012

Carlos Vieira



                                                  “Baco e Ariadne” de Jules Dalou Aimé

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