quinta-feira, 21 de agosto de 2014

a pedra e o nada

a pedra e o nada
são tudo
neste poema
pegada inscrita
no pó 
deste caminho virtual

Lisboa, 21 de Agosto de 2014
carlos Vieira

Teu corpo intemporal minha viagem interrompida


O tempo
é a sombra do teu beijo
que rodopia
na pedra do espanto
é o mistério
e o lamento
da sua ausência
sobre o musgo macio
o realejo
do teu sexo
de onde brota um rio
alucinado
de onde submerge
o ponteiro
se ergue um mastro
que na voragem
do relógio solar
do teu corpo
vão assinalar
a viagem
e a eternidade
sobranceira
do alabastro
do teu seio.

Lisboa, 21 de Agosto de 2014
Carlos Vieira


                                                   “Le sein d’Amaranthe de Yvan Lemeur


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

em busca do desconhecido e do sublime

em busca do desconhecido e do sublime
menosprezamos a nossa autenticidade
sublimamos a vulgaridade

Lisboa, 20 de Agosto de 2014
Carlos Vieira

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Jardim proibido I



Há dias assim
em que dentro
de si
há um jardim
proibido
e dos seus olhos
esvoaçam
pássaros loucos
e nos seus lábios
sabe-se de desesperadas
sílabas
das flores nocturnas
e das afiadas
pétalas
nas suas mãos
ensanguentadas
e contenta-se
num reencontro
de um qualquer  regaço
um qualquer perfume
um eterno retorno.

Lisboa, 18 de Agosto de 2014
Carlos Vieira



Pintura de John William Waterhouse

Flor vermelha, delicada lanterna



São papoilas vermelhas
que coroam as fronteiras
da minha pele
lanternas que iluminam
as ruas esconsas
do meu bairro
tão frágil e precária
é a beleza
e tão difícil
 é distinguir a luz da pureza
da terra do pecado.

Lisboa, 18 de Agosto de 2014

Carlos Vieira


Secret Garden: 'The Dream'

eis-me aqui....

eis-me aqui
neste secreto jardim
interior
cercado por ti
quem és tu?

Lisboa, 18 de Agosto de 2014

Carlos Vieira