Oiço do outro lado
da solidão
um ruído estranho
de animal
ou de respirar de ladrão
abro a porta
repentinamente
e bateu a asa ferida
o pássaro
que se tinha
ali aconchegado
na soleira da memória
de par em par
abri o futuro ao poema
que nasceu
para acolher a ave
que sem querer
lhe bateu à porta.
Lisboa, 27 de Junho de 2014
Carlos Vieira