Nuance
é uma palavra
que me fascina
invoca algo misterioso
e elegante
um toque de perfume francês
de fragância fugaz
de “nouvelle époque”
uma subtileza de nuvem
que contorna
o banho
de uma etérea nudez
um leve acento
meridional
sublinhando o absurdo
um “non sense”
que sustem a respiração
e nos suscita a incredulidade
e o espanto.
Enfim a nuance
traz-nos de volta
algures
um efémero esplendor
no decantar
da brutal normalidade
quotidiana
que nos assalta
uma renovada esperança
no acalentado desígnio
de gente
o golpe de asa
do “flâneur”
subversivo
e decadente.
Lisboa, 18 de Outubro de 2013
Carlos Vieira