É cínica e milimétrica a estultícia
a estratégia da aranha
o ácido que corrói a razão
tecendo curvas de nível
vítima de injustiça destila
veneno de cinza e solidão
e faz contas nas margens
da vida a mulher que dizem proscrita.
Não a vergam de fome ou de vergonha
da soez difamação ou do jugo
do muro das lamentações
olha em desafio o verdugo
rasga o pacto e na memória
da pele adormecida de luz
suporta o motim da ousadia
ainda que tal a possa levar de novo à cruz.
Crescem lancinantes por dentro de si
todos os espinhos e a revolta
o apelo mágico do desconhecido
os cantos de sereia do indulto
nem os toques suaves de reconquista
no território do cetim proibido
nada a vai desviar e fará que desista
da pura sumptuosidade da alma em nu absoluto.
Lisboa, 23 de Agosto de 2012
Carlos Vieira
Não a vergam de fome ou de vergonha
da soez difamação ou do jugo
do muro das lamentações
olha em desafio o verdugo
rasga o pacto e na memória
da pele adormecida de luz
suporta o motim da ousadia
ainda que tal a possa levar de novo à cruz.
Crescem lancinantes por dentro de si
todos os espinhos e a revolta
o apelo mágico do desconhecido
os cantos de sereia do indulto
nem os toques suaves de reconquista
no território do cetim proibido
nada a vai desviar e fará que desista
da pura sumptuosidade da alma em nu absoluto.
Lisboa, 23 de Agosto de 2012
Carlos Vieira
“Awakening” Simona Mereu