domingo, 27 de dezembro de 2015

Em pontas


I
nos cornos
do touro bravo
hasteada
a camisa branca
manchada de sangue
e de humanidade

II
touro
de azeviche
impaciente
barragem de fogo
resfolgando
plenitude

III
o manto de nevoeiro
estende-se pela campina
subitamente
ouve-se a respiração
do touro
que transforma em farrapos
a unanimidade

IV
um cavalo baio
ergue a garupa
sobre o horizonte
que o touro negro
fixa imperturbável
ângulos de visão

V
o quarto crescente
as hastes de um touro
fragmentos de estrelas
e de sonhos colhidos

Lisboa, 8 de Dezembro de 2015
Carlos Vieira



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