quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Poema do inacessível ao tangível


Pudesse eu ter
os teus mais breves pensamentos
os mais etéreos
que as minhas mãos
incansáveis
nunca deixariam de sobrevoar
em vigília
o teu leito
e para ti iriam inventar
novos frutos
diferentes madrugadas
e a densidade do meu sangue
seria a tinta que daria ao teu corpo
novas sinfonias
feitas com a inevitabilidade dos silêncios
em que me aguardou o teu olhar
em que te demoras
a escutar-me
nessa tua ternura eterna
de palavra sopesada.
Lisboa, 23 de Setembro de 2015
Carlos Vieira


Pintura de Glen Craig

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