Eu não sou eu
olho-me de longe
aproximo-me de mim
olho-me nos olhos
para dentro de ti
desse precepício
onde não sei medir
ou pesar
quanto de mim
és tu
eu sou tu
em mim te
reconheço
observo-te
sem poder fugir
ocupaste-me
sem pedir licença
ao escrever
é a tua mão
que me guia
minha estrela
que na noite escura
na tua voz
me murmura
tu habitas
o meu canto
no entanto
sem ti
louco
como podia
ainda que rouco
da garganta
irromper
sei que
querendo
que a vida
fosse a amorosa
aritmética
de tu mais eu
vivo sempre
muito mais
os espinhos
que a rosa
essa falta
de métrica
por dentro
desse dilema
de querendo
amar-te
mais do que sou
do que tudo
te perdes
de mim
assim
para que possas
encontrar-me
inteiro
não te identifico
neste caos
do mundo
em que me cercas
esqueço
que és tu a mulher
luminosa
que me cega
e que existindo
em mim
desconheço
que vive
ao meu lado
sem saber
como sobrevive
e que me é
contudo
tão essencial
faz parte
do ar que respiro
amar-te.
olho-me de longe
aproximo-me de mim
olho-me nos olhos
para dentro de ti
desse precepício
onde não sei medir
ou pesar
quanto de mim
és tu
eu sou tu
em mim te
reconheço
observo-te
sem poder fugir
ocupaste-me
sem pedir licença
ao escrever
é a tua mão
que me guia
minha estrela
que na noite escura
na tua voz
me murmura
tu habitas
o meu canto
no entanto
sem ti
louco
como podia
ainda que rouco
da garganta
irromper
sei que
querendo
que a vida
fosse a amorosa
aritmética
de tu mais eu
vivo sempre
muito mais
os espinhos
que a rosa
essa falta
de métrica
por dentro
desse dilema
de querendo
amar-te
mais do que sou
do que tudo
te perdes
de mim
assim
para que possas
encontrar-me
inteiro
não te identifico
neste caos
do mundo
em que me cercas
esqueço
que és tu a mulher
luminosa
que me cega
e que existindo
em mim
desconheço
que vive
ao meu lado
sem saber
como sobrevive
e que me é
contudo
tão essencial
faz parte
do ar que respiro
amar-te.
Lisboa, 23 de Janeiro de 2016
Carlos Vieira
Carlos Vieira