Naquele tempo
eu ia aprender a nadar
para o açude
o meu pai conduzia
a água no pomar
os motores de rega
ganiam como cães
na margem direita
e as cigarras
na outra margem
enquanto eu lutava
contra a corrente
e em profundidade
descobria
todos os estilos
quanto os silenciosos
peixes estavam
mais perto
da eternidade.
Lisboa, 8 de Setembro de 2014
Carlos Vieira