terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Não morro de amores

Não morro de amores

Não morro de amores
pelos autocarros apinhados
pela profusão de cheiros
de gente que presumo
vai fazer tudo na vida
sobretudo vão para os empregos
fruto das circunstâncias
destes apertos onde sobrevivo
por causa dos autocarros apinhados
estou mais forte na matemática
isto é, depreendi
que havendo menos autocarros
há menos empregos
e menos vida para ser vivida
o que resulta
que continuaremos a ir quentinhos
cada vez mais juntos
para os empregos e para a vida
a reconhecer-nos pelo cheiro
e por ele podemos morrer de amores.

Lisboa, 21 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira

Eu não quero...

Eu não quero ser mais nada
a não ser a pedra pomes
que deslisa na tua anca.

Lisboa, 20 de Jayneiro de 2014
Carlos Vi

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Decifrar...

Decifrar os hieróglifos
a elipse perversa do teu coração 
minha Pedra da Roseta.

Lisboa, 20 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira

A pedra de cantaria ...

A pedra de cantaria
jaz em silêncio
no seu canto.

Lisboa, 20 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira

Top 5 Friedrich Nietzche Quotes

Puro engano ou excesso de álcool



na noite branca
segues 
o barco sonâmbulo
pelo lençol de água
e deitas-te 
com a lua vermelha
numa cama desfeita
onde dormes 
a sonho solto
és o vagabundo
que sobe 
a escada de luz
o espetro
que habita 
a mansarda
e erras 
no labirinto do sonho
enquanto a ave nocturna
pernoita 
na árvore da insónia
entre as almofada 
esperas 
pelo tempo dos pirilampos
e a confundes 
na madrugada
quando abraças
as cortinas da janela 
ao julgares despi-la
a ela 
na sua branca 
camisa de noite

Lisboa, 20 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira























Talvez

Leio histórias e parábolas budistas.

TALVEZ.

Uma fala de um fazendeiro que acorda e descobre que seu cavalo fugiu.
Os vizinhos vêm e dizem:
-Que pena. Que azar terrível!
O fazendeiro responde:
-Talvez.
No dia seguinte, o cavalo retorna com mais alguns cavalos. Os vizinhos dão os parabéns ao fazendeiro pela mudança na sorte.
-Talvez - diz o fazendeiro.
Quando seu filho tenta montar um dos cavalos novos, quebra a perna, e os vizinhos se condoem.
-Talvez - diz o fazendeiro.
E no dia seguinte, quando autoridades vêm alistar o filho - e não o levam por causa da perna quebrada - Todo mundo fica feliz.
-Talvez - diz o vizinho.

Já ouvi histórias assim antes. São lindas em sua simplicidade e entrega ao Universo. Imagino se eu poderia me apegar a algo de tamanho desapego. Não sei. Talvez.
Mitch Albom - Tenha um Pouco de Fé