segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Decifrar...

Decifrar os hieróglifos
a elipse perversa do teu coração 
minha Pedra da Roseta.

Lisboa, 20 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira

A pedra de cantaria ...

A pedra de cantaria
jaz em silêncio
no seu canto.

Lisboa, 20 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira

Top 5 Friedrich Nietzche Quotes

Puro engano ou excesso de álcool



na noite branca
segues 
o barco sonâmbulo
pelo lençol de água
e deitas-te 
com a lua vermelha
numa cama desfeita
onde dormes 
a sonho solto
és o vagabundo
que sobe 
a escada de luz
o espetro
que habita 
a mansarda
e erras 
no labirinto do sonho
enquanto a ave nocturna
pernoita 
na árvore da insónia
entre as almofada 
esperas 
pelo tempo dos pirilampos
e a confundes 
na madrugada
quando abraças
as cortinas da janela 
ao julgares despi-la
a ela 
na sua branca 
camisa de noite

Lisboa, 20 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira























Talvez

Leio histórias e parábolas budistas.

TALVEZ.

Uma fala de um fazendeiro que acorda e descobre que seu cavalo fugiu.
Os vizinhos vêm e dizem:
-Que pena. Que azar terrível!
O fazendeiro responde:
-Talvez.
No dia seguinte, o cavalo retorna com mais alguns cavalos. Os vizinhos dão os parabéns ao fazendeiro pela mudança na sorte.
-Talvez - diz o fazendeiro.
Quando seu filho tenta montar um dos cavalos novos, quebra a perna, e os vizinhos se condoem.
-Talvez - diz o fazendeiro.
E no dia seguinte, quando autoridades vêm alistar o filho - e não o levam por causa da perna quebrada - Todo mundo fica feliz.
-Talvez - diz o vizinho.

Já ouvi histórias assim antes. São lindas em sua simplicidade e entrega ao Universo. Imagino se eu poderia me apegar a algo de tamanho desapego. Não sei. Talvez.
Mitch Albom - Tenha um Pouco de Fé


Quando leio, alguém pensa por mim

Quando leio, alguém pensa por mim
Quando escrevo, a minha mão pensa por mim.
Quando durmo não pergunto. Existo?
Existo e sei que não sou livre,
não posso enganar-me: estou num sonho.

Eeva-Liisa Manner (Helsinski, Finlandia, 1921-1995)

O que eu acho extraordinário...

"O que eu acho extraordinário é que as pessoas não tinham nada, eram pobres, mas lançavam-se para a aventura da vida comum com uma esperança e uma profundidade incalculáveis; não tinham medo de nada, de partilhar afectos ou dois cacos, de contar as migalhas da incerteza permanente ou de abreviar os remorsos depois das lágrimas".


- MANUEL DA SILVA RAMOS, Pai, levanta-te, vem fazer-me um fato de canela!, 2013 (Realejos mágicos).