Nómada
bebe a lua
com gelo
que tinha
adormecido
sob um
lençol de água límpida
dentro de si
faz emergir a
mais luminosa solidão
bebe pelo
gargalo o vinho
que ainda
resta
e o crepúsculo
de sol ferido
por detrás do
verde embaciado
da garrafa
mantém-se de
pé
contra toda a
ferocidade da sua lucidez
a pão e água
embriagado
de vida.
Lisboa, 29
de junho de 2013
Carlos
Vieira
Pintura de
Mahi Bine Bine