Urze
sobre o árido planalto
poema
que urde a terra
verso
quebrado
incauto
que se solta no sono aflito
estremunhado
iluminando o granito
de um destino.
Urze
que mordes a sílaba
e o pó do trilho antigo
e do pensamento
esse brejo
onde brota o silêncio
de um grito
na paisagem
sobre o esquecimento
e a irrelevância
da morte
na brisa voam em bando
os cálices púrpura.
Urze
onde urge
e rimam
num mesmo tempo
a fragilidade
e a resiliência
onde ancestral
pulsam o sangue humano
e um punhal
e cantos
de aves de passagem
num sonho
de novo horizontes.
Lisboa, 28 de Abril de 2013
Carlos Vieira