Expulsaram-te
do país sonhado
que pensavas ser teu
agora de braço dado
vais com o vazio
ao longo de uma indefinível
fronteira de solidão
agora atravessas
esse território
envolta do medo apátrida
carregando
esse destino inseparável
do que fomos
por essa estrada
que só tu conheces
vulto ávido de encruzilhadas
ali onde não és de ninguém
só ao nada pertences
tão despojada
que nem a ti te possuis.
Lisboa, 26 de Janeiro de 2013
Carlos Vieira
Imagem de autor desconhecido