ser lúcido como uma lâmina
no fogo de poesia
temperada
ser ave livre no penhasco
firme da alegria
alcandorada
ser o cavalo de azeviche
que fulminante irrompe do caos
tornando mais humana a madrugada
e de cara lavada
e de peito aberto
ser aquele que comeu o pó da estrada
o que ficou cego na tempestade do deserto
ser a semente de quase tudo
o átomo de areia de quase nada
Lisboa, 4 de Setembro de 2012
Carlos Vieira
“dust in
the wind” por Eikoweb