domingo, 22 de janeiro de 2012
sábado, 21 de janeiro de 2012
Voo Nocturno
“Voo nocturno” de António Jorge Gonçalves
Voo nocturno
Hélice, flor mecânica que nos faz voar pelo eixo álacre do sonho, pela tua voz desço até à doce turbina do teu sexo, na vertigem do teu corpo entrego-me ao frenesim e à avidez desses lugares inexplorados, onde sempre estremeço e te beijo os pés e estou nas nuvens e desligo os motores e me deixo pairar.
Se acordo com a mãos dormentes e transido de frio, fico feliz só de ouvir-te respirar, descanso porque exala o perfume do teu corpo, num prodígio de nimbo-estrato que transponho num frémito repetido como se fosses o mar profundo.
Tu que és essa força centrípeta, a ordem e o caos onde me confundo na altitude do anseio e na plenitude do real que me apazigua a dor e onde, perdido, percorro o céu, cúpula do teu amor de olhares o mundo.
Lisboa, 21 de Janeiro de 2012
Carlos Vieira
A Gota de Orvalho
A gota de orvalho
cai na tua face
e desce
aos meus lábios.
Sem mácula
sem mágoa
nada se esquece
no ciclo da água
20-04-2011
Carlos Vieira
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
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