Ando de novo
pelas margens do Lena.
ou pelas margens do Liz
Minha memória
é esta comoção
afluente de dois rios.
Os teus olhos rasos
pedem uma ponte
ou um cais.
Os teus pés descalços
e o teu riso límpidos
chapinham no açude
como se fossem peixes
que de tanto cintilar
ameaçam voo.
Sobre o espelho desta água
que dou caminho
o meu amor
pode estar
a uma amora de distância.
Os motores de rega
silenciam os rouxinóis.
Enquanto me tentas
de longe
vou escolhendo o calibre
das maçãs.
Lisboa, 16 de Agisto de 2013
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