Enrolado à janela
neste pequeno quarto de hotel
com vista para a catedral
de Eindhoven
deixo os deuses
e demónios descansados
neste primeiro dia de Dezembro
observo a chuva miudinha cinzenta
e o céu cinzento
arquitectura moderna e cinzenta
com muito metal e vidro
os homens apressados e cinzentos
eu sou um peixe de todas as cores
que ninguém nota
vantagens dos cinzentos países do norte
passarmos ainda mais despercebidos
exulto neste aquário
sem mágoas para afogar
sem golpe de asa
vivendo epifenómenos
enganando a burocracia cinzenta
não há nada
como pequenas
estadias no estrangeiro
para nos distanciarmos
do cinzento
de nós próprios
e nos tornarmos
camaleões
dos gestos subtis
cinzentos.
neste pequeno quarto de hotel
com vista para a catedral
de Eindhoven
deixo os deuses
e demónios descansados
neste primeiro dia de Dezembro
observo a chuva miudinha cinzenta
e o céu cinzento
arquitectura moderna e cinzenta
com muito metal e vidro
os homens apressados e cinzentos
eu sou um peixe de todas as cores
que ninguém nota
vantagens dos cinzentos países do norte
passarmos ainda mais despercebidos
exulto neste aquário
sem mágoas para afogar
sem golpe de asa
vivendo epifenómenos
enganando a burocracia cinzenta
não há nada
como pequenas
estadias no estrangeiro
para nos distanciarmos
do cinzento
de nós próprios
e nos tornarmos
camaleões
dos gestos subtis
cinzentos.
Eindhoven, 1 de Dezembro de 2015
Carlos Vieira
Carlos Vieira