Incidente
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
Ave haiku XXXVIII
Um pombo vespertino na janela manuelina,
arrulhando madrigal,
faz a corte, arrasta a asa, em renovado ritual.
Lisboa, 25 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Ave haiku XXXVII
Colibri ou beija-flor
razão mínima de pássaro breve
invocando precário odor.
Lisboa, 24 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku XXXVI
A perdiz faz seu voo rasante,
na mira do caçador
agitaram-se as espigas de trigo.
Lisboa, 24 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku XXXV
Noite escura como breu
Da janela, o mar encapelado, de raiva espuma
as cagarras regurgitam o Pico, soltam-se da bruma.
Lisboa, 24 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku XXXIV
O abutre, ave necrófaga
devorando a morte, enquanto outras,
heráldicas e de rapina, pairam sobre a vida.
Lisboa, 24 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku XXXIII
O falcão fulgurante
foi da fome à abundância
num instante.
Lisboa, 24 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku XXXII
Sobreviver a este dilema libertino,
entre a altanaria do falcão tagarote
e a alcandorada solidão do peregrino.
Lisboa, 24 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
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