Incidente
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Ave haiku XXXII
Sobreviver a este dilema libertino,
entre a altanaria do falcão tagarote
e a alcandorada solidão do peregrino.
Lisboa, 24 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku XXXI
Gravetos, barro, musgo e palha de centeio,
na ângulo morto dos troncos, sonhos de menino,
os ninhos, intrincados poemas do princípio da vida.
Lisboa, 24 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Ave haiku XXX
Ao fim do dia no cesto de vime do almoço
o meu pai trazia-me o pássaro destemido
ou faminto a quem "ofereceu" migalhas.
Lisboa, 23 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku XXVIX
Um pássaro no balouço da gaiola,
outro abre as asas no poema,
a mesma obsessão pela liberdade.
Lisboa, 23 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku XXVIII
Armei a rede
no bebedouro
fui capturado na minha sede.
Lisboa, 23 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku XXVII
Os pardais de telhado caíam pela chaminé,
eu abria a porta da cozinha
e libertava os pássaros pensando que fugiam.
Lisboa, 23 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku XXVI
A ave entrou atónita pela janela aberta
pousou na árvore de Natal que reconheceu
e pendurada no bico levou a mais cintilante estrela.
Lisboa, 23 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
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