segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Ave haiku XXII



No pântano acesos, os pequenos fogos dos flamingos
passeiam a sua elegância, a sua aparente indiferença,
nos seus 360° de visão, olham para tudo, para todos.

Lisboa, 23 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira




domingo, 22 de dezembro de 2013

Ave haiku XXI




o til é uma ave
que subtil paira sobre a vogal, 
sobre a palavra, o discurso e a cidade

Lisboa, 22 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira


Ave haiku XX



Vou pelos campos de árvores nuas
e lâminas de vento, a memória do calor dos pássaros,
no abrigo da minha mão é a única humanidade.

Lisboa, 22 de Dezembro de 2013


Carlos Vieira

Ave haiku XIX



Três piriquitos verdes de cauda longa
Sobrevoam a quinta cor de rosa e pousados na prata da faia
Contam como fugiram da história.

Lisboa, 22 de Dezembro de 2013


Carlos Vieira

Ave haiku XVIII



Nas altas torres dormem um sono de bronze
Os sinos e as cativas princesas, as corujas,
cientes da sua fragilidade, dormem a sono solto.

Lisboa, 22 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira

Ave haiku XVII



Um grilo, não é uma ave
mas um grilo tem asas e canta 
e voa no escuro.

Lisboa, 22 de Dezembro de 2013


Carlos Vieira

Ave haiku XVI



Oiço o pica-pau no seu incessante exercício
não sei se a árvore resiste,
se suplica para que  entre dentro de si.

Lisboa, 22 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira