domingo, 22 de dezembro de 2013

Ave haiku XVIII



Nas altas torres dormem um sono de bronze
Os sinos e as cativas princesas, as corujas,
cientes da sua fragilidade, dormem a sono solto.

Lisboa, 22 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira

Ave haiku XVII



Um grilo, não é uma ave
mas um grilo tem asas e canta 
e voa no escuro.

Lisboa, 22 de Dezembro de 2013


Carlos Vieira

Ave haiku XVI



Oiço o pica-pau no seu incessante exercício
não sei se a árvore resiste,
se suplica para que  entre dentro de si.

Lisboa, 22 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira


Ave haiku XV



O galo
já não espera pela madrugada
ou desconhece que mudou a hora.

Lisboa, 22 de Dezembro de 2013

Carlos Vieira

Ave haiku XIV




As enfermeiras
passaram por mim e sorriem
na praça as pombas de súbito levantam voo.

Lisboa, 22 de Dezembro de 2013

Carlos Vieira

Ave haiku XIII



Hoje no hospital
o coração esse pássaro oculto
vi o eletrocardiograma uma pauta de música.

Lisboa, 22 de Dezembro de 2013

Carlos Vieira

sábado, 21 de dezembro de 2013

Ave haiku XII



O milhafre paira sobre o coelho
que corre no descampado. Esgueira-se
para a toca. Da escaramuça restam penas e pelo.

Lisboa, 21 de Dezembro de 2013


Carlos Vieira