Incidente
domingo, 22 de dezembro de 2013
Ave haiku XV
O galo
já não espera pela madrugada
ou desconhece que mudou a hora.
Lisboa, 22 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku XIV
As enfermeiras
passaram por mim e sorriem
na praça as pombas de súbito levantam voo.
Lisboa, 22 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku XIII
Hoje no hospital
o coração esse pássaro oculto
vi o eletrocardiograma uma pauta de música.
Lisboa, 22 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
sábado, 21 de dezembro de 2013
Ave haiku XII
O milhafre paira sobre o coelho
que corre no descampado. Esgueira-se
para a toca. Da escaramuça restam penas e pelo.
Lisboa, 21 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku XI
Dentro da minha casa longe do mar
fechei as tempestades
agora já ouço as gaivotas e posso adormecer.
Lisboa, 21 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku X
Agora o pisco vive na árvore caída
Incrédulo de agora ser
sempre Inverno na sua vida.
Lisboa, 21 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku VIX
Na chaminé pousa um pardal de telhado
ousa três cambalhotas no ar
depois entre as flores da cerejeira repousa.
Lisboa, 20 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
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