sexta-feira, 5 de julho de 2013
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Lince II
Gosto muito de linces
nunca tinha visto nenhum ao vivo
até que um destes dias consegui surpreendê-lo
numa curva da estrada
na orla de um bosque e da madrugada
contra o vento
de orelha levantada e de lombo arqueado
gesto e instante de um felino que nenhuma palavra
pode descrever nem sequer murmurar
por mais ágil e astuto que seja o poeta
ou esteja em causa a sobrevivência
de súbito foi uma correria
desinteressei-me
deixei-o ir
bastam-me por agora as penas da perdiz
dispersas sob a erva do caminho
um momento de brisa a favor
em que me curvo
intenso
sob a poesia.
Lisboa, 3 de julho de 2013
Carlos Vieira
Lince
Lince
palavra em vias de extinção
súbita cintilação
avistada entre a bruma primaveril do poema
e uma vereda da serra da Malcata
Lisboa, 3 de Julho de 2013
Carlos Vieira
terça-feira, 2 de julho de 2013
Subscrever:
Mensagens (Atom)