domingo, 3 de fevereiro de 2013
4R - Quarta República: "Some Common Mistakes"
4R - Quarta República: "Some Common Mistakes": Assisti ontem a algumas das intervenções realizadas na Conferência “Para uma reforma abrangente da organização e gestão do sector público”....
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Voo de treino para um dia cinzento
hélices
pétalas de metal
desfazendo o silêncio
de algodão
no céu
prossegue o diálogo
a duas vozes
do bimotor
um “vol de nuit”
deus permanece
calado
à escuta
no “cockpit”
o coração
em looping
oiço a música
o vórtice
entre as nuvens
do seu corpo
Lisboa, 2 de Fevereiro de 2013
Carlos Vieira
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Itinerário com laranjas, peixes e sol
Hoje ia trabalhar
de entre a folhagem
sedutora
uma última laranja
resistia
a espreitar.
Textured red fish J. Vincent scarpace
Mais á frente
sabia de um peixe
da mesma cor
que faria piruetas
no lago verde
sem que alguém
pudesse suspeitar.
"Sun" de dandelion (in Tumblr)
O sol
ora se escondia
entre faias e ciprestes
ora se desfazia
em pássaros
tudo muito inocente .
Eu ia trabalhar
e não acredito
em coincidência
estou sem disposição
sem tempo
para este cerco
de sombras
onde começa o dia
de jogos de luz
e de cores.
Hoje decidi
que só é útil
à poesia
esta disposição
este tempo
de laranjas, de peixes
e de sol
se colhidos
por aqueles
que neste dia
não vão trabalhar.
Lisboa, 1 de Fevereiro de 2013
Carlos Vieira
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
A alguns pés de profundidade
Aqui permaneço
quase imóvel
desço
a direito
neste abismo
náufrago
deste cansaço
neste papel
de regresso
à máscara
em que de mim
me esqueço
neste mergulho
em apneia
no estupor
da superficialidade.
Lisboa, 31 de Janeiro de 2013
Carlos Vieira
Imagem do Blog “iz’s Sketchblog”
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
Uma rapariga, a Vespa e um sonho
De cabelos castanhos
soltos
fulgentes
como se fosse um sonho
a vespa
soltou-se da floresta
e atrás de si
trazia a madrugada
em azul metalizado
ou será
que tinha o cabelo
amarrado
a um lenço
a um sonho motorizado
que a seguir
se esfumou na névoa
que se tinha
levantado?
Lisboa, 30 de Janeiro de 2013
domingo, 27 de janeiro de 2013
Natureza quase morta II
Articulando
sílaba a sílaba
a esplanada
os destroços
de um veleiro
onde um
pardal
ia debicar
migalhas
de uma viagem
interrompida,
por detrás
do livro
de asas
abertas,
devorado pelo
esquecimento
esconde-se um
rosto
onde se
adivinhavam nuvens
e páginas
prenhes de
uma nova tempestade,
o cachorro
alçava a
perna
e mijava as
cadeiras
assinalando
a posterioridade
Lisboa, 27 de
Janeiro de 2013
Carlos Vieira
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