Sento-me
na madeira escura
de carvalho
dos bancos de igreja
não vim pedir
perdão de nada
ou atrás do infinito.
na madeira escura
de carvalho
dos bancos de igreja
não vim pedir
perdão de nada
ou atrás do infinito.
Sei que encontraria
ali aquela
a luz velada
que perpassa
pelos vitrais
a discreta
réstia de um grito
da alegria.
ali aquela
a luz velada
que perpassa
pelos vitrais
a discreta
réstia de um grito
da alegria.
Iria ser
banhado
pelos reflexos
imperceptíveis
na subtileza
de um óleo
de autor anónimo
o soluçar línguas
de fogo e dourado.
banhado
pelos reflexos
imperceptíveis
na subtileza
de um óleo
de autor anónimo
o soluçar línguas
de fogo e dourado.
Vou ouvir
murmúrios
de lanternas
e confissões
o restolhar
das sandálias
no desgastado
calcário
as minhas
a aperta-me
os calos
do dedo grande.
murmúrios
de lanternas
e confissões
o restolhar
das sandálias
no desgastado
calcário
as minhas
a aperta-me
os calos
do dedo grande.
Comungo
do eco gutural
das preces
por debaixo
da cúpula
de tanto
esquecimento
sustentada
no frio das colunas
onde se encostam
abstractos vultos
em recolhimento.
do eco gutural
das preces
por debaixo
da cúpula
de tanto
esquecimento
sustentada
no frio das colunas
onde se encostam
abstractos vultos
em recolhimento.
Regresso
à intermitência
das velas
que lá vão consumindo
pedidos
desesperados
e gratidões
absurdas.
à intermitência
das velas
que lá vão consumindo
pedidos
desesperados
e gratidões
absurdas.
Sucendem-se
aos olhares
embargados
o indagar
de respostas
em Cristos
crucificados
outros ajoelham-se
compungidos
debruçados
sobre si
próprios.
aos olhares
embargados
o indagar
de respostas
em Cristos
crucificados
outros ajoelham-se
compungidos
debruçados
sobre si
próprios.
Lisboa, 2 de Outubro de 2015
Carlos Vieira
Carlos Vieira
Sem comentários:
Enviar um comentário