quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Fogo posto de palavras


 

 

Tronco ressequido que ao lume se destina

onde ainda se reacendem despedidas

em pequenos afluentes de carvão e de resina

navegam palavras ávidas de encontros

onde se reabrem as antigas feridas

no lume brando e na memória cristalina

um unguento mágico que dos confrontos

da penumbra nos liberta e nos confina

árvore do pensamento que sonha o fruto

aves que são dilemas de flores e desencontros

e línguas de um fogo humano absoluto.

 

Lisboa, 16 de Outubro de 2012

Carlos Vieira

 
                                                      “Fire Bird” por Rodena Borisova

 

Sem comentários:

Enviar um comentário