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sábado, 18 de janeiro de 2014

Pasolini e gli italiani -



A inteligência nunca terá importância, nunca
na consciência desta opinião pública. Nem mesmo
sobre sangue dos campos de concentração, obterás
de um dos milhões de almas do nosso país
um juízo limpo, totalmente indignado:
toda a ideia é irreal, irreal toda a paixão,
deste povo já dissociado
dos séculos, cuja suave sageza
lhe serve para viver e nunca o libertou.
Mostrar o meu rosto, a minha magreza,
levantar a minha voz sozinha e pueril
não tem mais sentido: a cobardia habitua-se
a ver morrer os outros do modo mais atroz,
com a mais estranha indiferença.
Eu morro, e também isso me ofende.
Pier Paolo Pasolini, Itália (1922-1975), tradução de Nuno Dempster.