segunda-feira, 27 de julho de 2015

o meu reino que é deste mundo


oiço um motor de rega
monótono
uma libelinha atravessa o rio 
em voo rasante
um cachorro truculento
embrenha-se no canavial
o meu pai
encaminha a água
e perseguindo as toupeiras
pragueja 
eu obrigo
o grilo a sair da toca 
com as cócegas
de um feno

no próximo Verão
terei de pé
um novo mundo

Lisboa, 27 de Julho de 2015

Carlos Vieira

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