sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Quietude



Pressinto as asas
do silêncio
a adejar no escuro
no tímpano da alma
sei de onde vens
para onde vais
ressoa o eco
dos passos
que não deste
a medição
geométrica do vazio
onde me encontro
na bissetriz
do meu desejo
contido
e da tua respiração
no perímetro
dessa ausência
dolorosa
que ouço
em silencioso
recolhimento.

Lisboa, 17 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira

                                               "Quietude Bleu au Chat" por Emile Bellet



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