segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Falésia...

Falésia
ou clepsidra
do  pensamento
e última muralha
ou inatingível fronteira
contra um mar de desejos
e um deslumbramento de terra
âncora que germina dentro de nós
esplendor que nos impede de navegar
se dela se vislumbram os confins da bruma
a doce obscuridade e o odor labiríntico da carne
ossos que pedem uma volúpia de aves em pleno voo
barcos e animais inquietos lavrando com a  pedra da tarde
na penumbra do sangue e do tempo um rumo de silêncio e espuma

Lisboa, 12 de Novembro de 2012
Carlos Vieira

                                        “Homem na falésia” por Caspar David Friedrich

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